"...Quando eu me perco em suas memórias
Vejo um espelho contando histórias
Sei que é difícil esquecer essa dor
E quando penso no que vivemos
Fecho os olhos, me perco no tempo..." (Malta)
Numa música, num comercial, numa piada boba, de repente elas voltam, aparecem sem ser convidadas, as borboletas no meu estômago, é inevitável. Eu nem percebo elas chegarem, só as sinto, velozes e furiosas, parece que desci ladeira abaixo em uma montanha russa de olhos vendados...
O tempo corre, tudo muda, mas nada passa. Estranho o que acontece ao meu redor. Vou criando camadas, camuflando aquilo que parece tão visível, mas ninguém percebe, ainda bem... Todos estão ocupados demais com as suas próprias dores. Sou apenas mais uma história inacabada, mal acabada, mal contada, só mais uma...
Seguir sem nada pedir, sem olhar para trás, apenas seguir. Talvez com o tempo tudo se perca. As memórias se percam, tudo perca o sentido e aí, talvez, faça algum sentido...
E quanto às borboletas, elas precisam de um jardim para pousar. Enquanto houver flores, também haverá espinhos. Não dá pra separar. Cultivar as flores junto com os espinhos e ganhar borboletas. Essa é a beleza da vida... Por mais dolorido que seja. Nem tudo são flores, nunca foi, e mesmo em meio aos espinhos, há de se encontrar alguma beleza...