"E eu não espero que me vejam por dentro, desejo apenas que não me julguem pelo que veem por fora." (Monalisa Macedo)

















segunda-feira, 30 de julho de 2012

Absurda(mente)



Absurdamente sem esperar soube que você tinha chegado.
Absurdamente cheio de pose você entrou, escondendo-se atrás daquelas lentes enormes e coloridas. Eu não poderia saber para onde os seus olhos estavam olhando, mas eu sabia que seu mundo não era e não estava nem um pouco colorido. Era só um disfarce, um acessório na sua cara lavada.
E eu estava ali sem óculos, não deu tempo de colocá-los antes que você chegasse.
Absurdamente meu olhar ficou exposto, eu não poderia me dar o luxo de te encarar, ficava disfarçando para não focar seu rosto.
Absurdamente todos me olhavam queria ver em mim alguma reação, tentavam me provocar com perguntas e brincadeiras, mas eu, absurdamente forte, disfarcei.
E assim foi o nosso reencontro depois da sua viagem “fantástica”, da sua folia, do seu bel prazer... Absurdamente frio, sem graça.
Meu coração absurdamente descompassado quase saiu pela boca, e isso, ninguém poderia saber, somente eu. Assim como não poderei saber se o seu coração absurdamente também descompassou quando me viu.
Absurdamente você se foi, sem olhar para trás, sem dizer adeus.
Absurdamente cheio de pose, absurdamente canalha, absurdamente marrento, absurdamente mecânico, como sempre foi.




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