
“Eu já vi inúmeras coisas. Presenciei as piores desgraças do
mundo e trabalhei para os piores vilões. E vi também grandes maravilhas. Mas
tudo é ainda do jeito que já mencionei: ninguém vive para sempre. Quando
finalmente fui buscar Liesel, tive um prazer egoísta por saber que ela vivera
90 anos de forma tão sábia. Suas histórias haviam emocionado muitas almas,
algumas das quais, acabei conhecendo nesse período. Max, cuja amizade durou
quase tanto quanto Liesel, quase...
Em seus últimos pensamentos ela viu a longa lista de vidas
que se misturaram à dela. Seus três filhos, seus netos, seu marido... Entre
essas vidas iluminadas como lanternas estavam Hans e Rosa, seu irmão e o menino
cujo cabelo permaneceu para sempre da cor do limão.
Eu gostaria de dizer à menina que roubava livros, que ela foi
uma das poucas almas que me fez imaginar como seria viver. Mas no final não
houve palavras, apenas paz.
A única verdade que realmente sei é que sou assombrado pelos
humanos!"
(Morte)
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