
Terminado o filme, a legenda começou a subir. Enquanto cada letrinha aparecia na tela, lágrimas rolavam dos seus olhos acompanhando o compasso da música final.
Apesar das falhas que ela sempre encontrava em cada comédia romântica que assistia, em cada romance, em cada filme de ação, o final parecia sempre previsível. Tudo se encaixava na hora exata. Era isso que a perturbava, porque na vida real não era assim.
Os filmes, as novelas, os seriados sempre deixavam os personagens na dúvida, porque eles tinham duas opções ou até mais às vezes, mas a realidade não era assim, na vida dela não era assim. Ela não tinha opção, não tinha escolha. Tudo o que restava a ela era aceitar a situação, o momento que estava passando.
E aí ela se perguntava: para que servem os contos de fadas, as histórias de amor eterno, os príncipes encantados, as princesas, a gata borralheira?... Senão para machucar as pessoas reais, as pessoas sofridas e solitárias que existiam nos quatro cantos do mundo?
Esses contos não embalam sonhos, eles na verdade mostravam a triste realidade de quem não sabe se um dia será feliz. Essas lendas mistificavam ainda mais aquela tão sonhada e desejada palavra chamada “felicidade”.
Quanta perspicácia, Milka.
ResponderExcluirSempre há uma história para embalar os sonhos, é que a realidade é dura, embora inevitável.
Uma semana de ótimas realidades para todos nós!