Diante de tudo isso muitas vezes chegava a comparar-se com as menos favorecidas de beleza e em alguns casos chegava a invejá-las. Pareciam tão felizes ao lado de seus companheiros. Sim, elas tinham alguém do lado, marido, namorado...
E ela, o que tinha?
Parecia enfeitiçada por uma maldição. Tão bela, tão desejada e ao mesmo tempo tão triste e solitária.
Quantas vezes cuidou-se tão bem. Corpo, cabelo, roupa, sapato, sem falar no perfume que é a marca de toda mulher. Era uma mulher cheirosa.
Quantas
vezes produziu-se para alguém esperando o elogio certo, a noite perfeita...
Quantas
vezes a bela imagem refletida no espelho embaçou diante de olhos que nunca
souberam apreciar a sua beleza.
Quantas
vezes sua maquiagem bem feita pareceu escorrer como cera junto ao fogo, por
causa da grosseria e insensibilidade daquele a quem ela se dedicou.
Quantas
vezes saiu de casa sentindo-se uma princesa, mas ao retornar, sentia-se
arrasada, frustrada, humilhada e apavorada como uma gata borralheira...
"Quantas vezes..." Lindíssima prosa poética, escrita com o coração.
ResponderExcluirOlhar o céu à noite é sempre uma boa oportunidade de acreditar que logo, logo, tudo se encherá de luz...
Respeitoso abraço!